Viagem Corrida
Tudo começou no dia 13 de Fevereiro na Fabrica de Braço de Prata. O primeiro verdadeiro evento Amor Fúria. Eu toquei primeiro para um grupo de pessoas que me conhecia melhor a mim do que às canções. Lembro-me de haver uma boa garrafa de Periquita no canto do palco, livros ao redor e pinturas intrigantes de sexo num carrinho de supermercado. Seguiu-se o Tiago Guillul e a sua imparável banda a que me juntei para fechar o concerto. Ninguém soube muito bem dizer o que ligava aquilo tudo. Mas que estava ligado estava. E por correntes, das que não quebram.
Nesse dia principiaram muitas coisas que, na verdade, já tinham principiado muito antes. Uma delas foi a prometida gravação para a Antena 3 de 5 canções à viola. Sessão a meias com o Tiago Guillul (mais uma vez) que aconteceu na última semana. Eu escolhi as minhas pelo tamanho das letras. Ganhando as mais longas. Essas e uma versão do "Lobo Malvado" do Jorge Palma porque a cantá-la sinto-me como dentro da Caldeira Velha na Ilha de S. Miguel. O Tiago sacou um som pujante de viola classica e voz a cruzarem um amplificador distorcido e entregou o seu evangelho em esqueleto, sem qualquer perda. No topo do bolo, a cereja "Dentes de Lobo" com o Guell no piano, o Tiago na voz principal e nos côros: Samuel Úria, Manuel Fúria, João Coração e eu.
Nesse dia principiaram muitas coisas que, na verdade, já tinham principiado muito antes. Uma delas foi a prometida gravação para a Antena 3 de 5 canções à viola. Sessão a meias com o Tiago Guillul (mais uma vez) que aconteceu na última semana. Eu escolhi as minhas pelo tamanho das letras. Ganhando as mais longas. Essas e uma versão do "Lobo Malvado" do Jorge Palma porque a cantá-la sinto-me como dentro da Caldeira Velha na Ilha de S. Miguel. O Tiago sacou um som pujante de viola classica e voz a cruzarem um amplificador distorcido e entregou o seu evangelho em esqueleto, sem qualquer perda. No topo do bolo, a cereja "Dentes de Lobo" com o Guell no piano, o Tiago na voz principal e nos côros: Samuel Úria, Manuel Fúria, João Coração e eu.
Entretanto, fechou-se o disco do João Coração. As fotos são do meu amigo André Príncipe que não fugiu a deixar a sua marca de intensidade que espelha o mistério por detrás do cavalheiro João Coração. Sobre o disco falarei mais tarde neste espaço. É demasiado grande para caber nesta viagem corrida pelas últimas semanas... Chegou o fim de semana e compareci como Ninivita honorário para tocar com os suspeitos do costume no Teatro da Lanterna, Alvito. Cantámos "Eram Três" mas pareceram-me muito mais. Orámos enquanto a banda anterior cirandava ali à volta. A cantora tinha muito boa voz.
Quanto à ultima viagem propriamente dita, aquela que me levou ao norte, às suas caves, tectos altos e auroras em escombros:
21 de Fevereiro: Uma conversa no tanque sui generis em Braga. Não cheguei a perceber o que trazia as pessoas ali, nem o que desejavam saber. Aproveitei para falar de futebol, de Angola e do "Time Out Of Mind". No fundo, sou um sujeito aborrecido. Os temas são quase sempre os mesmos. Mas penso: se o Lobo Antunes se safou assim, tenho de tentar a minha chance... Eles continuaram a querer saber coisas. Era proibído fumar.
22 de Fevereiro: Passeio com o Chris Murphy na baixa do Porto a sacar imagens para o video do "Anda Menina". As viagens de que vos falei até agora neste blogue vão estar retratadas no video-clip que já seguiu para a fase de montagem. No Contagiarte, chega o Osga para ensaiar o didjeridoo que vai tocar no "Nada". Jantamos optimamente. Faço uma entrevista para o Porto Canal enquanto aqueço com uns air-punches. Quando entro em palco, a sala apinhada merece os primeiros comentários provocatórios. Toco sozinho, toco com o Osga, chamo a Helena Madeira para uma versão improvisada do "Molinera" no encore. Sinto-me inundado de amor. Sou esse tipo de gajo.
23 de Fevereiro: Acordo com o Chris na pensão Brasília que tem todo o ar de palco para actividades que nos são alheias. Vamos filmar mais umas coisas e seguimos para Braga onde vou tocar em condições agrestes e emocionantes. Tudo corre no fio da navalha. A luz vai a baixo. O microfone não se ouve. Parte-se uma corda. Interrompo o "Roupas 2" porque há um tipo irritado por não poder ser ele a dar o espectáculo. Avança tudo com alguma comédia e muito boa vontade de uma casa cheia que me enche de carinhos, mais uma vez. Tenho de agradecer a todos os que estiveram, cantaram comigo e não pouparam uns sorrisos. O bacalhau à Sto. André é o melhor que comi neste milénio.
Agora as nuvens estacionaram em cima do Tejo. Vou sair. Há muito tempo que não visito o Planetário.
2 Comentários:
Dias completos. Aguardo o vídeo: "Anda Menina". A primeira música do álbum Poeira a rolar lá pelo código. Continuação de bons dias*
23 de fevereiro, dia inesquecivel :)
ha coisas que nunca se irao perder na memória :)
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