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músico-escritor de canções, nascido em 1975 na Praia da Barra, Portugal www.myspace.com/jorgecruzpoeira

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Socorro! Querem Fazer De Mim Um Artista!

Aquilo que separa Samuel Úria de todos os seus contemporâneos:

1) A ausência de procura. Picasso dizia: "Eu não procuro, encontro." Samuel Úria não parece interessado nem numa coisa nem noutra. Tem demasiada pinta para se preocupar com coisas triviais como o alcance material do seu talento. Assim, ele oferece ao mundo, antes de mais, a sua presença.

2) O genuíno conservadorismo. Para quem estiver familiarizado com a família FlorCaveira, digamos que o Samuel Úria tem a mesma dose de conservadorismo estético que o Tiago Guillul tem de instinto revolucionário.

3) O genuíno problema com a autoridade. Para quem estiver familiarizado com a família Flor Caveira, digamos que o Samuel Úria tem a mesma dose de irreverência que o Tiago Guillul tem de solidez cristã.

4) O conflito. Arte é conflito. É uma questão aristotélica. Em Portugal, muitos artistas estão demasiado confortáveis nas suas próprias peles. Daí que se possam dedicar a polir sonoridades. A fazer opções estéticas. Ou a aprender a dominar instrumentos musicais. Tudo assuntos laterais àquele que ocupa o centro. O conflito.
5) A verdade. Porque a verdade não se encontra nunca no que está explícito mas naquilo que fica por detrás das coisas. Assim, a verdade não é o que se lê, nem o que se percebe. É o que se pressente e que reside, por isso, sempre no mistério.

6) O mistério. Porque é o que nos prende à história. Se interessa, é interessante. E se, no fim, não obtivermos os dados completos, a matéria palpável que nos faria chegar a um entendimento ao qual se seguiria a aprovação ou não, não devemos sentir-nos defraudados. Pois ele (o mistério) é a própria história. Nada mais do que ele se pode aproximar da verdade.

Samuel Úria é um dos artistas de canções mais relevantes a aparecer em Portugal nas últimas décadas. Irá gravar novo disco no ano de 2008.

1 Comentários:

Blogger Souto Moura disse...

Jorge Cruz, apoplexias-me. Entorpeces-me de saliva. E ressalvas que sou um conservador, logo isto não são gayzismos da minha parte.
Pá, se fosse um qualquer a traçar-me assim eu já ficava radiante; mas foste tu camarada, o Jorge Cruz.
A melhor parte é que, através da nossa crescente amizade, sei que o que tu escreveste não foram palavras de crescente amizade.
Love you to pá! E isto sim, é gayzismo!

15 de fevereiro de 2008 às 13:33  

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